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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Sede meninos na malícia, e adultos no entendimento.

"Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino."
1 Coríntios 13:11"


     Por ora entendamos que o termo referido "menino" é no sentido da falta de malícia. Ainda não é possuidora da sabedoria humana, sendo esta produto da ilusão (eu fenomênico, carnal). Por esta razão é que dizendo a uma criança que há monstros no escuro, esta se apavora, ou que há desenhos nas nuvens, esta reconhece. Isto porque a criança não possui os conhecimentos baseados no experiência de vida terrestre. Assim sendo, são em última análise livres. Ou seja, sem conceitos, julgamentos, preconceitos, medos, nem nada que lhes tolhem a vida.

"Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento."
1 Coríntios 14:20

     A criança por não possuir ainda o discernimento é facilmente arrastada pelo sugestionamento. Se disser a uma criança que no mundo habitam seres cruéis, esta não confiará em ninguém e sentirá profundo medo. Por essa razão é importante que a criança se desenvolva em um ambiente harmonioso.

     Atualmente o mundo se encontra em grande "batalha", isto porque prevalece a ideia de que “vence o mais forte”, e assim as pessoas perderam a essência de ser uma só. Na Bíblia consta, em 1 Coríntios 12:12: “Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também”. Se for eliminada da mente das pessoas a ilusão de que o mundo é uma grande batalha onde sobrevivem os mais fortes, ou seja, estes se aproveitam do outro para seu benefício próprio, haverá o dia em que cada um viverá em paz e conquistará seu espaço sem tirar do outro o direito de progredir também (explanarei melhor este assunto em outro momento).

     Assim sendo, é necessário possuir a sabedoria enquanto “homem carnal”, pelo fato de conseguir distinguir “certo” e “errado”, pois este é mais difícil de ser sugestionado, uma vez que formou sua personalidade, que é um acúmulo de ideias fortemente gravadas no subconsciente que não se alteram por simples sugestionamentos, ou como explica a psicologia: é o conjunto de características psicológicas que determinam os padrões de pensar, sentir e agir. Por essa razão consta a frase “sede meninos na malícia, e adultos no entendimento”.

     Entende-se por malícia a tendência para julgar, dizer e agir com maldade, como consta no dicionário. Para julgar é necessário possuir algum conhecimento sobre determinado assunto. Uma criança que não entenda o que é beleza não saberia julgar ser mais bela uma rosa ou uma simples folha seca. Mas que fique claro que o julgar aqui apontado não é o de apontar defeitos ou seguir a sabedoria humana (do homem). Todos somos possuidores, desde o início, da Sabedoria Divina (de Deus).  Vamos supor a seguinte situação:

Você de repente avista uma pessoa a sua frente deixar cair do bolso uma quantia relevante de dinheiro, mas esta não percebe e continua caminhando. Logo, o que você faz?

1) vendo que esta não percebeu fica com o dinheiro para você, mas fica desconfiado se alguém percebeu;
2) devolve a ela, mas fica sentindo uma inquietação e pensando que deveria ter ficado com o dinheiro;
3) devolve a ela e sente-se bem por ter ajudado.

     Certamente quem age de acordo com a 1ª opção está seguindo a lei humana que diz “vence o mais forte/inteligente” e é digno de repudia. Sem dúvidas vai se sentir mal pelo que fez e à primeira vista sentirá como se os outros tivessem percebido o que ele fez e o estariam julgando, mesmo que de fato ninguém tenha notado. Isto porque na verdade o que o está julgando é sua própria Natureza Divina (consciência Homem-Filho de Deus), pois esta foi tolhida e não pôde agir naturalmente.
     Na 2ª opção a pessoa consegue agir de acordo com a Natureza Divina que diz: “o verdadeiro progredir está em não se aproveitar da aparente fraqueza do próximo, pois eu e ele somos um só”, mas ainda assim a pessoa está sendo sugestionada e não tem total discernimento sobre a sabedoria Divina e humana, por isso ainda mantêm a ideia errônea de que talvez o certo fosse “aproveitar a fraqueza do próximo para seu próprio crescimento”.
     Por último, quem age de acordo com a 3ª opção certamente segue o verdadeiro progredir infinito, pois tem total consciência que sua vida não pode ser aprisionada pela matéria (no caso, o dinheiro) e devolve sem apego. Por seguir a vontade da Natureza Divina (Deus) sente-se em paz, pois assim como o corpo material precisa de alimento para se nutrir, nosso espírito precisa de boas ações  (seguir a lei da Natureza Divina, ou que no Cristianismo se diz Lei do Amor) para evoluir; que é o que chamo de progredir infinitamente.

Como diferenciar o compreender enquanto verdade humana ou Divina?

"Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento."
1 Coríntios 14:15

     Por mais que o homem ore com palavras belas de nada adiantará se ele não compreender também com o entendimento humano. Será como cantar em um idioma que você não compreende: embora soe belo aos ouvidos, você jamais saberá o significado, e, portanto, pode muito bem estar cantando algo que contradiz aquilo que você pensa estar escutando.

     O que diferencia compreender a Verdade (escrituras sagradas) é a maneira com que estas foram escritas. É tolice ler a Bíblia de modo superficial, sem compreender o significado e sentido das palavras. Esta foi escrita há muito tempo e sua linguagem (escrita) está ultrapassada. Os textos não podem continuar sendo escritos exatamente com as mesmas palavras e expressões usadas antigamente, pois no mundo moderno a escrita evoluiu e a maioria das palavras não são mais usadas. É como ler artigos de 1.500 na década de 2.000, onde a linguagem sofreu total modificação.

Por mais que se diga a um bebê para que ele não coloque a mão no fogo pois sofrerá queimaduras, este jamais compreenderá porque lhe falta dominar o idioma (entendimento). Assim vale também para os pregadores atuais das mais diversas religiões. Se apenas lerem escrituras sagradas sem compreenderem o que estão lendo, será como o trecho que diz “Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?” (1 Coríntios 14:8-9). Se apenas proclamarem o que está fielmente escrito na Bíblia - que mantêm a linguagem antiga - sem se aprofundar no verdadeiro significado das frases jamais compreenderão a Verdade.


"Todavia eu antes quero falar na igreja cinco palavras na minha própria inteligência, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida."
1 Coríntios 14:19

     Por esse motivo, afirmo categoricamente que é chegada a hora em que devemos falar com nossas próprias palavras! Assim como faço aqui, deveis fazer também em seu ministério. Não basta que use de uma boa oratória  para apenas repetir o que está escrito. Seria como o papagaio que repete o que acabou de ouvir sem compreender o que está falando. Deixe que sua Sabedoria Divina (Deus) lhe conceda novas palavras para que se aprofunde no assunto e compreenda realmente o que têm lido. Para isso Cristo disse:

"Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai."
João 14:12

     Pare de se julgar um ser fraco que não tem o dom da palavra! Todos somos possuidores da mesma Natureza Divina (Deus). Portanto, sejam meninos na malícia, para que não conceda ideias errôneas sobre a vida (verdade Homem Filho de Deus) e nem julgue ao próximo quando discursar, mas seja homem no entendimento, para que realmente compreenda a Verdade que diz “vós sois filhos de Deus e nenhuma outra coisa”.

3 comentários:

  1. Que belo texto! Gostei muito da sua explicação e forma de interpretação que condiz com os princípios cristãos e uma análise contextualizada para o nosso presente. Parabéns, Deus te abençoe, paz!

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  2. Gostei muito ,Deus continue abençoando

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